NESsT mede a linha de base das políticas com enfoque de gênero em seu portfólio

Apresentamos os resultados de nossas novas métricas de gênero e discussões de grupos de foco com funcionários, fornecedores e/ou distribuidores das empresas do portfólio.


Recapitulação do design

Para implementar o piloto em 2019, NESsT acrescentou oito perguntas à sua pesquisa existente sobre emprego digno, relacionadas à existência de políticas e práticas para evitar o assédio sexual e garantir a antidiscriminação e a segurança no local de trabalho. No total, 14 empresas sociais participaram desse piloto de medição do impacto da lente de gênero. Essas pesquisas de DE foram realizadas pessoalmente ou por telefone ao longo de alguns meses em 2019.

  • Seis dessas empresas estavam localizadas no Brasil

  • Três empresas no Peru

  • Cinco empresas na Polônia

  • Um total de 113 pessoas foram pesquisadas

Resumo dos aprendizados

De modo geral, as respostas dos funcionários indicam uma falta de clareza com relação à existência de uma política de assédio sexual ou antidiscriminação no local de trabalho. Entretanto, foi interessante observar que a maioria dos funcionários se sentia protegida contra o assédio sexual no local de trabalho e também achava que sua empresa priorizava a diversidade e a inclusão. Embora as respostas dos empreendedores da empresa e de seus funcionários corroborassem umas com as outras, houve também alguns casos em que as respostas dos funcionários contradiziam as do empreendedor da empresa. Esses casos indicam que a comunicação das políticas e práticas da empresa precisa ser melhorada entre os empreendedores da empresa e seus funcionários e fornecedores. 

Política de assédio sexual

As respostas da pesquisa de DE indicam que, como um todo, houve uma falta de consenso com relação à existência de uma política formal de assédio sexual. Em outras palavras, os funcionários das empresas participantes forneceram resultados mistos (uma combinação de respostas do tipo sim, não ou não sei). Também não houve uma diferenciação clara entre as respostas de funcionários do sexo masculino e feminino. Em contrapartida, em mais da metade das empresas, a maioria dos funcionários respondeu afirmativamente que a empresa os protegia de assédio sexual. Entretanto, nas demais empresas, os funcionários não apresentaram padrões claros de resposta (uma combinação de respostas do tipo sim, não ou não sei). Em uma empresa, em particular, mais funcionárias responderam negativamente, indicando que não se sentiam protegidas contra assédio sexual, mas esse não foi o caso dos funcionários do sexo masculino. 

Política antidiscriminação

Também pareceu haver um pequeno consenso entre os funcionários da empresa com relação à existência de uma política antidiscriminação. Entretanto, em resposta à pergunta: Sua empresa prioriza a diversidade e a inclusão? A maioria dos funcionários da empresa afirmou que sua empresa prioriza a diversidade e a inclusão. Em algumas empresas, a maioria dos entrevistados indicou que "não sabe", mostrando que, nessas empresas, as práticas de diversidade e inclusão não eram claramente comunicadas. 

Política de segurança no local de trabalho

Em contraste gritante, na maioria das empresas, os funcionários responderam que suas empresas têm padrões de segurança para o trabalho. Mas também foi encontrada uma diferença de gênero em uma delas, onde mais funcionárias responderam que sentiam que sua segurança era garantida no trabalho, enquanto mais funcionários do sexo masculino responderam "não sei".  

Aprendizados com esse feedback

É importante ressaltar que as pesquisas com empresários e funcionários da empresa forneceram um feedback útil para a NESsT no desenvolvimento das intervenções necessárias para promover políticas e práticas inclusivas e com igualdade de gênero nas empresas de seu portfólio. Essas intervenções incluem: 

  • Realização de discussões de acompanhamento entre os gerentes de portfólio do país e os empreendedores das empresas para fornecer apoio e assistência sobre como abordar as lacunas existentes em políticas e práticas específicas das empresas.

  • Introduzir modelos de políticas de assédio sexual, antidiscriminação e segurança no local de trabalho que possam ser facilmente adotados pelas SGBs. 

  • Desenvolver e conduzir sessões de treinamento com empresas do portfólio sobre questões de gênero no local de trabalho, incluindo assédio sexual para SGBs.